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Apoio à causa LGBTQIA+ ainda é restrito pelo setor privado


Dados do Censo GIFE 2022-2023 revelam que 49% do apoio empresarial à causa continua sendo transversal


Por Sacso Brasil  

01/04/2025 12h47 - Atualizado em 01/04/2025 12h52



Crédito: Divulgação


Embora a diversidade ganhe espaço no mundo corporativo, o apoio efetivo do setor privado às organizações LGBTQIA+ ainda é restrito e, muitas vezes, limitado. Dados do Censo GIFE 2022-2023 revelam que apenas 19% dos investidores sociais atuam diretamente nessa causa, enquanto a maioria das iniciativas é transversal (49%) ou sequer considerada prioritária.


O coordenador do Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder e presidente da OSC Casarão Brasil, Rogério de Oliveira, explica que muitas organizações tendem a concentrar seu apoio em períodos específicos, como o Mês do Orgulho. “As empresas privadas, em sua maioria, buscam apoiar ações LGBTI por se tratar de um mês festivo e que proporcionará visibilidade ampliada para seus produtos e serviços”, comenta. “Há, também, uma agenda interna específica de comitês internos que abrange diversidade e inclusão. Então, esse apoio, neste sentido, é bem atrativo”, complementa.


Ele acrescenta que o baixo apoio das empresas pode mudar quando os comitês de diversidade e inclusão e os setores de responsabilidade social reconhecerem que a população LGBTI em situação de vulnerabilidade e desemprego precisa de apoio durante todo o ano, e não apenas em datas específicas.


“Nosso foco, enquanto OSC, que trabalha prioritariamente com essa população, é dar vazão às necessidades básicas de nossos assistidos, derrubar qualquer tipo de barreira e mostrar, com dados, que é uma população que adere, sim, a serviços de saúde, educação e que busca outros horizontes e novos olhares para sobreviver e, também, viver suas vidas em plenitude, com respeito e visibilidade”, pontua Rogério destacando a importância da colaboração contínua do setor privado. 


Diversidade nas empresas


Dados do Pacto Global da ONU, da Rede Brasil e do Centro de Estudos de Trabalho e Desigualdades mostram que a diversidade ainda é um desafio para as empresas. Segundo levantamentos dessas organizações, 60% das corporações enfrentam dificuldades na implementação de políticas inclusivas, sendo a desinformação o principal obstáculo, afetando 57% dos grupos empresariais.


Diante desse cenário, Rogério reforça a importância de as empresas irem além do apoio pontual e criarem oportunidades concretas para a diversidade. “A criação de ambientes diversos é importante para a criatividade e busca de soluções fora da caixa. Muitas pesquisas e levantamentos de dados em todo o mundo demonstram que, quanto mais diversos for um ambiente de trabalho, com diferentes experiências de vida e processos, mas ele contribui para um espaço mais saudável e proativo”, afirma.


Na prática, o presidente da OSC Casarão Brasil enfatiza a necessidade de alinhar estratégias e fortalecer parcerias para garantir a continuidade dessas iniciativas. “A medida concreta é transformar planos pontuais em ações permanentes, trabalhando em conjunto com as OSCs e ONGs que atuam com a população LGBTI+ ao longo de todo o ano. Além disso, é essencial desenvolver planos estratégicos que incluam campanhas e doações ao longo dos 12 meses”, finaliza.

 


Sobre Rogério de Oliveira


Rogério de Oliveira, coordenador do Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder e presidente da OSC Casarão Brasil.


Sobre o Casarão Brasil


O Casarão Brasil é uma organização social sem fins lucrativos, fundada em 2008, dedicada à promoção da cidadania e inclusão da população LGBTI. A entidade oferece serviços de assistência social, saúde, educação e fortalecimento da autoestima, além de atuar em defesa dos direitos humanos, empregabilidade e acolhimento.